Gabriel Baron Bastos

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Gabriel Baron Bastos faz Relações Públicas na UFRGS, participou do movimento Habonim Dror e acredita no bem das pessoas.

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Brothers

Quando o Estado de Israel foi criado, Ben Gurion permitiu ao pequeno grupo de estudantes de Yeshivá, cerca de 400, que não servissem ao Exército. Tal episódio ficou conhecido como “Torato Omanut”, ou “A Torá é a sua arte” – foi concedido ao grupo o direito de se dedicar exclusivamente ao estudo da Torá. A partir de 1977, o Likud sobe ao poder e o número de estudantes de yeshivot que não vão ao exército só cresce.

Esse direito permaneceu até 2002, quando se criou a chamada “Lei Tal”, oficializando a dispensa da prestação do serviço militar aos que dedicam tempo integral ao estudo da Torá. A lei tinha 5 anos de duração, mas acabou por ser postergada por mais 5 anos e no início de agosto venceu. Não houve mais prorrogação pois foi dada como inconstitucional pela Knesset.

Esse é ponto central no filme “Brothers”, do diretor israelense Igaal Niddam. Todas as discussões do filme se baseiam nos ortodoxos servirem ou não no exército.

No filme, dois irmãos judeus separados há muito tempo se reencontram. Para surpresa de ambos, um deles é um chalutz do kibutz, trabalha no campo, ajudou a construir a terra e é  contrário ideologicamente aos ortodoxos; o outro irmão é ultra-ortodoxo e cumpridor das leis da Torá.

O filme gira em torno das discussões entre eles e da discussão do tribunal. O irmão ortodoxo é advogado e vai até Israel para ajudar na causa de uma Yeshivá que é obrigada a mandar os estudantes ao exército contra sua vontade.

Debates muitos interessantes são realizados no tribunal e na casa do irmão. Eles não se agüentam e não entendem como podem pensar tão diferente.

Não quero estragar o filme para quem não viu, apenas trazer alguns questionamentos que no filme aparecem. Será que por ser um estado judeu e democrático não se deve tratar todo cidadão da mesma maneira? Por que o tribunal rabínico deve decidir quem é judeu e quem não é? Para ir morar em Israel, segundo a Lei do Retorno, é necessário que haja um judeu no mínimo na terceira geração da sua família, entretanto para poder se casar é preciso ser filho de mãe judia. Será que isso é certo? É certo colocar apenas comida kasher para as pessoas do exército? É certo não ter ônibus no shabat? Até quando o estado tem que ser democrático? Tem como o estado ser judeu e democrático?

São diversos questionamentos que podemos discutir. Você já pensou nisso?

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