Shulamit Aloni não foi a primeira mulher a se alistar no Palmach. Shulamit Aloni não foi a primeira mulher a participar ativamente da construção das futuras gerações através da educação. Shulamit Aloni não foi a primeira mulher a participar do Knesset. No entanto, Shulamit Aloni participou de todas essas etapas da história de Israel de um modo responsável e coerente. Uma mulher que desde o início de sua vida entendeu o poder do comprometimento pessoal com os outros, a fim de construir um futuro de paz. Ao mesmo tempo, Shulamit Aloni foi exemplo de educadora e modelo para os que creem nos direitos humanos.
Acreditar na auto-determinação dos povos fez com que Shulamit Aloni conquistasse a Guerra de 1948. A crença universal no legado de paz e confiança inspirou Shula, como era conhecida, a lecionar em uma escola de imigrantes logo após a Guerra. A responsabilidade cidadã que colocava em prática com seu trabalho lhe deu forças para lutar pela inserção de “Estudos Civis” nos currículos escolares israelenses. Sua fé inabalável no judaísmo como um aglomerado de religião, filosofia e cultura a transformou numa professora de fontes judaicas.
Em sua carreira política, Shulamit Aloni deixou todas suas crenças expostas. Devido a isso, adquiriu inimigos e muitos amigos. Uma mulher que impôs, politicamente, a sua vontade de lutar contra a desigualdade de gêneros num país onde o exercito é uma grande força social, que buscou viver e deixar com que os outros vivessem de acordo com a sua própria percepção de judaísmo em um país que até hoje busca o significado de Estado Judeu, a Aloni membro do Knesset de 1968 até 1996 criou um legado.
Legado esse que, coincidentemente, está presente no dia de hoje, 27 de janeiro de 2014 – Dia Internacional de Memória do Holocausto. Ao colocarmos nosso passado e nossa realidade expostos de maneira responsável frente aos alunos construímos um futuro comprometido. Assim como o Holocausto não será esquecido, pois é um assunto providencial em qualquer currículo escolar que busque tratar de direitos humanos, Shulamit Aloni mostrou que a sala de aula é o campo no qual é semeado cidadania, respeito pelo próximo e coexistência religiosa. Não foi a toa que Itzhak Rabin depositou sua esperança na construção do currículo das escolas israelenses, durante seu mandato de transformação política, em Shulamit Aloni.
Enfim, aprendemos com Shulamit Aloni que a sala de aula é o espaço sagrado para dessacralizar tudo que nos torna humanos, diferentes e responsáveis. Como educadora, inspirou judaísmo, como política, demonstrou o poder de suas palavras, como mulher, batalhou, e no dia 24 de janeiro de 2014 faleceu deixando um legado humanitário.
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